Por Adecio Moreira Jr.
Rubicon chega ao fim de seu primeiro ano com um episódio que tentou somar tensão e emoção, resultando em um desfecho que caminhada à devida análise, poderíamos até mesmo dizer que foi ambíguo.
Não sei se era essa a intenção real dos escritores, já que AMC ainda não anunciou uma renovação para a segunda temporada em 2011. Eu espero que sim, até porque existem ainda muitos conchaves a serem resolvidos e alguns furos que me surpreendi ao encontrar numa série do nível que é Rubicon.
A começar pela ligação entre McDowell a Donald Bloom, tudo o que Will vinha colecionando como unidades do que viria a ser uma grande descoberta foi resolvido de uma maneira fugidia. A ajuda de um hacker e a tecnologia vai contra uma premissa que eu achava ter enxergado, mas voltada à ação de Will, e não com a ajuda de um instrumento como um computador para tal. Reconheço, porém que isso é cabível, só achei que para uma descoberta daquela maneira, ficou um pouco incoerente ao formato da série. Em outro ponto, podemos ver a votação dos homens contra a participação de Spangler nos negócios. Todos foram apresentados como partícipes de um grupo que mais lembrava uma sociedade secreta religiosa. Exageraram no retoque monstruoso dessa cena.
Andy poderia muito bem ser encaixada como affair de Will Trevers. Nada estaria perdido. Porém, ela estava ligada a Tom Rhumor e além de falhar nos seus cuidados com Katherine ainda ficou claro que ela sabia da investigação de Will. Ou seja, apareceu como uma revelação, além de falhar e sair sorrateiramente. Logo, não foi funcional. E a morte de Katherine talvez tenha sido a coisa mais decepcionante até aqui. Numa temporada inteira, tivemos em Katherine como uma busca paralela por respostas. A descoberta de muitas delas estariam num DVD que iria ser entregue a Will. Ao que ela morre em pleno Central Park, alvejada com uma seringa contendo veneno. E o que David Hadas falara no DVD? Ela morreu com o disco na mão? Por que Will não pegou? Ou pegou e não foi mostrado?
Os personagens que tanto elogiei não tiveram, em sua maioria, finais condizentes às suas importâncias (Andy e Katherine já citadas). Grant aceitou ser líder de equipe, e apesar de parecer merecedor de sua promoção, isso não tira seu perfil ambicioso dos primeiros episódios. Miles, coitado, foi sujeito às informações pesadas de Will e às mudanças bruscas nos rumos da equipe, além do fato de ter falhado no caso do atentado ao petrolífero. Tanya, mesmo apagada durante todo o episódio, tomou uma atitude elogiável: sair da API - lugar da qual ela odeia - escrever livros e ficar rica. Agora Spangler, o chefe maquiavélico, passou bons momentos sendo reduzido a uma criança arrogante que não larga mão de seus próprios princípios. Isso marca o início da queda de Truxton Spangler.
No review do penúltimo episódio, eu acredito que fiz os elogios que cabiam a um bom final de temporada. O clímax, o aproveitamento de situações, os simbolismos das cenas onde nada é dito de forma verbal, os personagens e seu elenco formidável. Porém em “You Can Never Win” (justo no último episódio!) muitas dessas qualidades apontadas ficaram abaladas, me desapontando ainda mais. Não acredito que isso vai tirar toda a credibilidade que a série causou a mim, afinal eu tenho que ter uma visão de conjunto da obra, e embora ela não tenha concluído de uma maneira completa, Rubicon ainda tem o título de melhor coisa que apareceu na Summer Season. Isso é indiscutível.
4 comentários:
Ótima análise, é bem por aí mesmo... pelo nível que a série havia atingido na reta final, achei o último episódio bem morno, e a Andy foi decepecionante aquela revelação, eu suspeitei no inicio, mas logo ignorei a possibilidade por pensar ser algo muito previsivel para a série... Mas no geral foi uma ótima primeira temporada.
Os homens não rejeitam a participação de Spangler nos negócios, eles levantam os polegares aprovando a morte dele. A deixa para que Spangler receba as flores com o cartão com o trevo de 4 folhas, sinal de que deve cometer suicídio como os membros anteriores do esquema.
Eu jurava que o Spangler ia pular. Quando chegou o arranjo de flores, pensei: "ihh, olha lá o trevo de quatro folhas". Batata! Pequeno envelope, parecia que o velho já sabia! Depois o decorrer da cena, o tempo do vídeo acabando, VAI PULAR! Vai pular e vão acusar o Will de ter matado o chefe! Me preparei para o pulo, mas nada! Pulou não!
Acredito que o Truxton Spangler vai dar é o troco nos outros participante da conspiração. SE tiver uma continuação da série, pode ter certeza que os outros caras vão começar à se lascar! Aposto nisso (e na Mega-Sena de hoje, lógico).
Com relação à Andy e Katherine, acho que faltou um pouco mais de "sal". Claro que a Andy sabia do Will, que ele fazia, claro! Foi uma surpresa, mas do jeito que a moça falava tanto com o Will que ele ela agente secreto e etc, pensei que ali tinha coisa. E teve! A morte da Katherine que foi sacanagem, achei que ela iria botar pra quebrar! Uma pena, mas uma morte necessária para o Will chamar o Truxton na "chincha" na próxima temporada. Dá mais "sangue nos ói"...
Estou sob choque.
Não tinha na minha cabeça um final X pra essa série, mesmo porque, como todos, também especulava se seria o fim de tudo ou teríamos uma renovação.
Se Rubicon teve uma narrativa singular, que me prendeu e seduziu desde o primeiro, seu último capítulo foi como se alguém derramasse água e fosse molhando meus pés. Sabe quando dá aquela raiva?
Copia/cola: final decepcionante.
Os personagens não mereciam, sem dúvida!
Parabéns por essa ótima análise!
Abs
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