quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Boardwalk Empire - 1x05 - Nights in Ballygran


Por Adecio Moreira Jr.

De certo modo, Boardwalk Empire não mudou em relação ao andamento de seu protagonista, Nucky Thompson. Como sempre apontei, Nucky é um personagem que embora esteja em primeiro plano, suas atitudes sempre apontam para uma sucessão de tentativas para honrar seu espírito progressista. Na semana passada, ele tentou impressionar um político, para enfim conseguir melhores vias para Atlantic City, e nessa semana ele organiza um jantar anual com os anciãos da cidade, para comemorar o dia de São Patrício, uma data cultural para os irlandeses ao som de música celta e muita cerveja verde.


A partir desses preparativos (como sempre), ele enfrenta um problema político. Dessa vez, a viúva Schoroder descobre um descarregamento de cerveja atrás de sua casa, e tenta ligar a Liga de Mulheres Temperança - da qual faz parte - e Nucky para conseguir proibir esse tipo de comércio. Mal sabia ela que Nucky está por trás de todas as operações clandestinas referentes ao álcool em Atlantic City. Não encontrando outra forma, Margareth procura Van Alden para tomar providências. Essa atitude culmina num final inesperado, pelo menos neste episódio: a cena de beijo entre Nucky e Margareth ao final de “Nights in Ballygran”. Final este marcado pelo embalo de uma belíssima canção que ainda custo a descobrir qual é.

Em outro ponto do episódio, a chatice reinou nas cenas entre Jimmy e Pearl. Foram cenas extremamente arrastadas, mostrando o entrosamento entre o rapaz e a prostituta marcada na face por culpa dele. Ela se mantém a custa do cuidado do jovem, que a concede além do carinho, uma mistura de suco de laranja com ópio. O suicídio dela, para ser bem sincero, nem me impressionou. A situação estava propícia, só que eu achei que ela iria tomar uma dose cavalar de láudano e morrer. De um modo ou de outro, isso faz com que Jimmy fique viciado, ao que parece. Mas isso talvez seja até melhor para o personagem, pois isso gera um perfil mais maduro que até aqui não convencia.

Outra trama bem trabalhada é o ciúme do carisma que Eli sente de seu irmão Nucky. Fortemente influenciado pelos livros de Dale Carnagey – escritor que apresentou verdadeiras obras de aconselhamentos de como se portar em público e ser aceito perante os demais – ele tenta fazer um discurso no jantar em comemoração ao Dia de São Patrício para seus conterrâneos irlandeses. Mas as falas ufanistas e patrióticas fazem com que se criem atritos de honra entre os homens presentes. Precisou de Nucky para remediar a situação com sua retórica bem apresentada. Mas Van Alden invade o local e com seus modos por vezes discutíveis de trabalhar, ele prende o responsável pelo descarregamento denunciado por Margareth.

Resta saber enfim, o que significou aquele beijo final entre Nucky e Margareth. Tudo bem que isso iria acontecer cedo ou tarde, pois tanto um quanto o outro demonstravam um sentimento confuso entre eles. Mas diante das tentativas de aproximação dela que não foram correspondidas no episódio, e o enfrentamento dela denunciando até mesmo um dos funcionários do tesoureiro, me faz acreditar que Nucky está sendo mais político do que sentimental. Se estiver certo ou não, só o próximo episódio dirá.

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