quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Boardwalk Empire - 1x04 - Anastasia


Por Adecio Moreira Jr.

Boardwalk Empire continua demonstrando a incrível capacidade de recriação histórica. Tudo é muito bonito de ser ver, porém, analisando os dados do roteiro, a série continua tentando encontrar seu desenvolvimento da melhor forma possível. E embora ainda não se possa dizer do que ela irá tratar definitivamente, “Anastasia” foi um episódio que nos introduziu elementos importantes para os próximos episódios.


Com Jimmy em Chicago, ele é obrigado a conviver com a figura marrenta de Al Capone, que o que tem de baixinho, tem de estourado. Mas sua fuga pode não ter dado muito certo, pois as pessoas que estão em busca dele já mandaram seus recados. Seja num corte na bela face da prostituta Pearl ou Lucky Luciano se envolvendo com a mãe de Jimmy. Por falar nela, ainda custo a acreditar que ela poderia ser avó. A atriz parece é muito jovem para tal papel (a diferença de idade entre a atriz e o ator que interpreta seu filho é de apenas nove anos). E tenho sérias dúvidas de que Nucky é pai de Jimmy.

Como costumo dizer, o que uma série que possui esse resgate histórico pode nos proporcionar de melhor é sua contextualização histórica a partir de focos discursivos. Nesse episódio, por exemplo, podemos acompanhar mais uma vez uma discussão sobre a possibilidade dos votos femininos, desta vez em uma mesa com homens em companhia de meretrizes que nem sabiam o que significava votar. Mas a chegada de Margareth Schroeder apresentando sua posição sobre esse ponto foi o auge dessa discussão. Segundo ela, os homens bem sabem que negar um direito a uma mulher pode ter como resultado uma proibição da parte delas de algo que os homens tanto gostam, e nesse caso, seria o álcool. Uma ótima fala para uma personagem que me parecia tão contraída.

Outro ponto histórico interessante é a amostra de uma reunião acalorada da Kru Krux Klein. O orador da reunião – que lembrava muito a figura de Hitler - é pego para ser acusado da execução do negro que foi mostrado no episódio anterior. O monólogo de Chalky foi uma das melhores coisas que aconteceram em “Anastacia”. Dando o exemplo de seu avô, Chelky diz que a morte dos negros vai além do preconceito racial, ele diz que para os racistas, um negro ultrapassar a linha que limita as diferenças é que pode ser mortal.


O único personagem ainda sem um direcionamento definido é justamente o protagonista Nucky. Ele ainda é visto de um lado para outro com inúmeras responsabilidades. Nesse episódio ele tinha a difícil tarefa de agradar governantes para conseguir melhores condições de acesso para Atlantic City. Mas a dança concedida a ele por Margareth funcionou para dar mais ênfase ao amor dela por ele, além do ciúme visível que ela tem quando o vê em companhia da fogosa Lucy. E falando em Lucy, ela deu outra reboladinha. Não igual ao episódio anterior, onde ela estava completamente nua em frente à Margareth. Dessa vez foi saindo de dentro do bolo de aniversário de Nucky.

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