domingo, 17 de outubro de 2010

Rubicon - 1x12 - Wayward Sons


Por Adecio Moreira Jr.

Em sua penúltima semana, Rubicon comprova que sua qualidade está muito além da apresentação de uma história intrigante. Com muita calma em seu desenvolvimento, fomos apresentados a algo relativamente simples. Seguindo as pistas com muita calma em vários níveis de importância, desaguamos em um clímax digno de um thriller de primorosa direção e atuações precisas que serviram para constatar que Rubicon é uma série que deve continuar sendo prestigiada.


Ao sabermos que Kateb na verdade é um americano chamado Joe Purcell, que se converteu ao islamismo radical, sabemos que o perigo está bem próximo. Em uma narrativa paralela, acompanhamos Joe e seu preparativo para um atentado de grande extensão. Ele aproveita calmamente seu último momento de descontração vendo desenho animado, a última refeição, o último sexo (a masturbação é o que resta) e a última música. Enquanto isso, a equipe da API corre contra o tempo para descobrir onde será o local do atentado e onde estaria Joe. Além de toda essa correria, Katherine é levada por Kale e Maggie para um local seguro, já que ela corre sérios riscos de morte.

Tudo isso é mostrado através de uma edição espetacular. Ao longo de toda a temporada, sempre me perguntava qual era o elo entre a investigação da API (Kateb), a busca enigmática de Will e as pistas deixadas pelo marido de Katherine, assim como a morte de David Hadas. O ponto de intersecção foi encontrado, mas com todo o cuidado para nada parecer tudo muito atropelado. Seria duvidoso se tudo isso tivesse uma singularidade descabida. A tensão ficou evidente, tendo espaço inclusive para uma trilha sonora mais agitada embalando a correria do FBI para montar um centro de depoimentos em Harbor Beach e entrevistar amigos e familiares de Joe Purcell.

O FBI e suas intromissões no trabalho da Inteligência serviram para uma cena no mínimo curiosa. Em dado momento, um agente e Miles sofrem divergências táticas para descobrir onde seria o local propício para Kateb atacar. Spangler interfere dizendo que o FBI deve acatar as idéias de Miles, mas nós sabemos que Spangler está por trás do grupo que se beneficia com essas catástrofes, e um alvo no gargalo que entra boa parte do petróleo para os EUA seria um dos lugares mais vulneráveis que o agente poderia apontar. Ou seja, o FBI nesse ponto estava certo, e Spangler agiu de má fé. Uma cena que poderia ter passado batida, mas que serve como amostra da audácia do chefe da API.

O ator que interpreta Spangler (Michael Cristofer), e o intérprete de Kale (Arliss Howard) foram mostrados num diálogo que serviu como amostra do grande talento dos dois, e também com os meandros do roteiro inteligente de Rubicon. A cena se refere ao momento em que os dois já desacreditam um do outro, mas ambos transparecem uma falsidade social e profissional. O perigo agora cerca Kale, que está ajudando Will em sua pré-descoberta sobre o grupo do qual Spangler participa e onde todos estão expostos.

O final, com a fatídica cena de um atentado de tamanha magnitude comparável apenas ao 11 de setembro traz muitos simbolismos. Do fracasso da API, mesmo com a descoberta tardia de Will, à cena de Spangler sorrindo e Will em seu apartamento, pensativo frente ao seu fracasso. Nessa hora tomei ainda mais consciência de que mesmo com tantos acontecimentos vistos durante o episódio, é nos momentos intimistas que Rubicon se mostra tão comunicativa quando nas cenas verbalizadas. É aguardar com muita ansiedade o último episódio.

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