terça-feira, 21 de setembro de 2010

House M.D. - 7x01 - Now What? (Season Premiere)


Por Adecio Moreira Jr.

House está de volta. Para bem para ou mal, ele está cada vez mais diferente. Não é certo dizer que ele mudou, até por que, para uma pessoa que não acredita na mudança do homem, Gregory House jamais cairia na inocência de parecer mudado. No decorrer desse episódio, tudo o que indica que o médico mais inteligente da TV estaria sob sentimentos dos quais nunca vimos estar desde que o conhecemos, fica sempre no campo da possibilidade, e se as novidades que poderiam vir nesta temporada poderiam dar ou não certo.


Um dia após passar pelo trauma de perder uma paciente em um doloroso processo de salvamento, House vai para sua casa desacreditando em sua capacidade. Como poderia se esperar, ele recai para a droga que o acompanhou por tanto tempo, o Vicodin. Mas Cuddy o impede de voltar à fonte da maioria de seus problemas. Dessa vez  sem estar sob efeito da droga, ele transa com sua chefe. Ao acordar na manhã seguinte ao lado da mulher que sempre demonstrou interesse – mesmo que da sua maneira – a pergunta é inevitável. “E agora?”. A partir daí, vemos um House tratar uma mulher como nunca antes imaginaríamos, tomando banho acompanhado, preparando café da manhã, abrindo champagne, dando idéias de viagens a dois. E Cuddy sempre preocupada com os problemas de seu cargo: ser diretora de um grande hospital, o que traz inúmeras responsabilidades que não a deixam relaxar em companhia de House. Enquanto isso, no Princeton-Plainsboro, a equipe tenta manter o PS aberto enquanto não há neurocirurgiões a disposição do corpo médico. E Thirteen tem um vôo agendado para Roma no dia seguinte, deixando seus colegas surpresos com a decisão da doutora.

Apesar da mudança sentimental que estaria por vir nessa nova temporada, ainda acreditava no poder do personagem central para ainda surpreender. O envolvimento com a Dra. Cuddy é algo que agradaria apenas àqueles que sempre torceram para que o casal desse certo. Definitivamente não compartilho dessa idéia. House é o que é hoje pelo que foi no passado. Ou seja, um homem filosoficamente cético em relação à natureza humana e com uma personalidade ímpar, quase insuportavelmente genial. Ainda assim, depois de passar por tantas mudanças, a série nunca decepcionou ao ponto de se tornar algo aborrecível. Houve aparentes decaídas, é fato, mas nessa premiere em questão, apesar de ser a pior reestréia na história do programa, não foi algo tão desastroso quanto eu estava calculando. Mas o risco se mantém caso não resolva o despreparo não só de House, mas de Cuddy, que inocentemente acredita estar diante de um House mais emotivo. Espero que ela esteja errada.

Se um House apaixonado e subjugado na redenção já não seria brochante o suficiente, as mudanças na equipe também não animam. A fuga de Thirteen para a Europa não mostra a que veio e serve apenas para indicar o quanto a personagem pode não fazer falta. Ao contrário da Dra. Cameron que foi tirada sem motivo aparente da série. Foreman continua dispensável, assim como Talbot, mas ambos são resquícios da época onde a equipe era um incrível contraponto frente à House na busca pelos mais interessantes diagnósticos. Nesse episódio, eles serviram de estratégia para demonstrar a desconfiança da ausência de House e Cuddy, junto com Dr.Wilson e o novo assistente de Cuddy (e ninguém foi capaz de ligar o sumiço dos dois). O resultado foram momentos tão embaraçosos quanto aquele que um neurocirurgião que insiste em ficar pelado. É esperar para conferir talvez vergonha maior. Cotação. *½

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